23 de fevereiro de 2012

A reforma não é uma opção, mas uma necessidade

A Reforma não é uma caiação da velha estrutura religiosa, nem uma pele bronzeada para cobrir o esqueleto doente de uma teologia herege. A Reforma não é uma mudança epidérmica motivada apenas pela busca do novo. A Reforma é uma volta às Escrituras, um retorno à doutrina dos apóstolos, um compromisso inalienável com a verdade divina. Vamos, aqui abordar três áreas na vida da igreja contemporânea que precisam de Reforma profunda, urgente e bíblica:

1. Precisamos de Reforma na Teologia - A teologia é a base, o alicerce e o fundamento da vida. A ética decorre da teologia e não esta daquela. A teologia determina o comportamento; a doutrina rege a vida. Se a teologia estiver errada, a vida não pode estar certa. A igreja cristã havia se desviado da doutrina dos apóstolos e acrescentado muitos dogmas estranhos e heréticos ao seu arcabouço doutrinário. A Reforma denunciou esses erros, eliminou-os e colocou a igreja de volta nos trilhos da verdade. Hoje, precisamos de uma nova Reforma. Há muitos desvios e muitos acréscimos absolutamente estranhos ao ensino bíblico presentes em algumas igrejas chamadas evangélicas. O liberalismo com sua falsa sapiência duvida da integridade da Escritura e tira dela as porções que lhe incomodam ou interpreta à revelia as partes que lhe convém. Se o liberalismo tira da Escritura o que nela está, o misticismo acrescenta à ela o que nela não está. As igrejas cristãs estão eivadas de práticas que beiram ao paganismo. Estamos vivendo uma geração que está sacrificando a razão, que está promovendo o antiintelectualismo. Precisamos de uma Reforma não só para nos colocar de volta na vereda da verdade, mas também para mostrar-nos que o conhecimento das Escrituras não é contrário à piedade, mas a sua própria base e essência.

2. Precisamos de Reforma na Liturgia - Se a teologia é a base da vida, a liturgia é a manifestação da teologia. Aquilo que cremos, professamos no culto. O culto é a manifestação pública da nossa fé. Uma das razões mais gritantes que evidenciam a necessidade urgente de uma nova Reforma é o esvaziamento da pregação nas igrejas evangélicas. Perdemos a centralidade de Cristo no culto e a primazia da pregação das Escrituras. Estamos nos capitulando à proposta do culto show. Em muitas igrejas o púlpito foi substituído pelo palco, a Bíblia pelo entretenimento e o choro pelo pecado pela encenação glamourosa. As músicas estão se tornando produto de consumo. As letras dessas músicas, com raras exceções, estão cada vez mais vazias de conteúdo bíblico e os cantores gospel cada vez mais populares. Precisamos de liturgia pura, de liturgia que coloque Cristo no centro do culto em lugar do homem no centro. Precisamos de liturgia onde o púlpito não seja governado pelos bancos. Onde a mensagem não seja mercadejada, onde o evangelho não seja diluído para agradar a preferência dos ímpios. Precisamos de uma liturgia que glorifica a Deus, exalte a Cristo, honre ao Espírito Santo, promova o evangelho, edifique os santos e traga quebrantamento aos incoversos.

3. Precisamos de Reforma na Vida - A ortodoxia é boa. Ela é a melhor. A ortodoxia é insubstituível, porém, apenas doutrina certa não é suficiente se nós não a colocamos em prática. A ortodoxia morta mata tanto quanto o liberalismo e é tão nociva quanto o misticismo. Precisamos nos acautelar para não cairmos no laço de um intelectualismo vazio e de uma ortodoxia morta. Precisamos de luz na mente e fogo no coração. Precisamos ter cuidado da doutrina e também da vida. Precisamos crer na verdade e viver na verdade. Precisamos de ortodoxia e de piedade. Há muitas igrejas que não pregam heresia, mas também não vivem a verdade que pregam. Há crentes secos como um poste e áridos como um deserto. Precisamos de uma Reforma que nos ponha de volta no caminho de uma vida cheia do Espírito Santo. Que Deus nos ajude a buscarmos essa Reforma da teologia, da liturgia e da vida!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Cine UMP dia 25/02/2012 - Não Percam!!!

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Tragam visitantes!!!

16 de fevereiro de 2012

Parábola das coisas - O Violão


Instrumento musical simples e interessante, o violão é um legítimo herdeiro de uma longa e rica linhagem de instrumentos de corda.  Ele tem como irmãos o alaúde, a cítara, a guitarra, o bandolim, o banjo, o saltério, o cavaquinho, entre outros, além de primos como o violino e o celo.
Além do seu formato básico: uma caixa de ressonância (geralmente de madeira) e, partindo desta, um braço, a parte principal – claro! – são as cordas que sendo de diferentes espessuras e calibres, juntas concorrem para produzir ritmos, harmonizas e melodias que, tangidas, se oferecem com simplesmente música.
Mas quero olhar o violão moderno como ele se apresenta.  Em uma primeira vista até parece coisa bem simples, contudo, com um pouco mais de atenção dar para ver que não é bem assim.  Para se ter um bom violão é preciso que a madeira que vai formar o seu corpo seja devidamente escolhida, suas curvas e entalhes contornados com esmero e as cordas – de nylon ou aço – milimetricamente espaçadas e retesadas para que nada comprometa a sua afinação e sua sonoridade.
Não é difícil associar a confecção de um violão de primeira qualidade com a minha criação conforme me conta o poema sagrado do Gênesis.  Com um excelente projeto e modelo em mente, Deus escolheu o material apropriado, moldou e entalhou com exímio esmero todos os detalhes do meu contorno, depois retesou com precisão cada corda do que eu sou para que nada comprometa a minha afinação e minha sonoridade.
Agora atente ainda para o fato de que nada disso fará sentido algum sem a habilidade musical de um instrumentista.  O melhor violão, saído do entalhe do melhor luthier, nas mãos de um analfabeto musical jamais resultará numa tocata de Bach, num choro de Pixinguinha ou sequer numa moda de viola.
Volto a me associar ao instrumento musical – para isso é que servem as parábolas.  Como obra prima da melhor fornada do Criador Supremo, não há por que não me valorizar como peça de primeiríssima qualidade.  Mas, da mesma forma que o violão, de mim só sairá música digna quando for tocado com maestria e competência por divinas mãos, capazes de me tanger com santa arte.
Que assim de toque ele.  Para sua glória eterna.